Barolo – O vinho dos Reis
O Barolo é o Rei dos Vinhos e o Vinho dos Reis, mas sabe o motivo disso? Veja aqui.
No final do século XVIII a Itália ainda não existia como nação, era dividida em vários pequenos estados sob domínio de nobres locais ou sob dominação de países estrangeiros.
Entre os estados independente o principal era o Reino de Sardenha, que incluía os atuais territórios de Piemonte e da Ilha da Sardenha, a capital era Turim.
O Piemonte tinha relações diplomáticas amistosas com a França e o transito entre as duas cortes era frequente, nessas relações diplomáticas não era de se estranhar um casamento entre a nobre francesa Juliette Colbert e o Marques Tancredi Falletti di Barolo, proprietário do lindo Castelo de Barolo que ainda hoje domina o panorama das Langas piemontesas.
Ao tomar posse como primeira dama da belíssima região, Juliette ficou logo encantada com a beleza dos vinhedos que ali se estendem a perder de vista.
A casta Nebbiolo já naquela época era conhecida como de grande qualidade, porém sua rusticidade e seus taninos potentes obrigavam os produtores a vinificar como vinho doce, já pensou? Barolo doce?
Não era situação que a exigente marquesa, acostumada aos tintos bordaleses que naquela época já gozavam de renome internacional, pudesse aceitar sem reação.
Qual a solução? que caminho tomar para melhorar a qualidade do vinho e aproveitar ao máximo o potencial daqueles vinhedos tão lindos?
Foi com essa preocupação que a Marquesa Falletti iniciou a conversar com o enólogo francês Louis Odart, precursor dos Flyng Winemaker atuais e consultor de outra propriedade de Langa, em Grinzane Cavour, nas terras daquele que se tornaria o mentor da unificação italiana, Camillo Benso Conde de Cavour.
Uma cuidadosa seleção de leveduras, o uso de boas práticas enológicas assimiladas em vários anos de serviço no Médoc, além do longo afinamento em botte, fizeram desse antepassado de Michel Rolland o artífice do Barolo como o conhecemos hoje.
O vinho assim obtido fez tanto sucesso ao ponto de merecer uma reprimenda à Marquesa do Rei Carlo Alberto que, encantado com o novo vinho de Langa, reclamou dele nunca ter provado.
Foi o suficiente para que a Marquesa, hábil diplomata, enviasse nada menos do que 325 barris de 500 litros de Barolo para Corte Real em Turim, um barril para cada dia do ano, subtraindo a Quaresma.
Era o ano de 1845 e desde então o Vinho dos Reis entrou pela porta da frente das principais cortes europeias, até se tornar o Rei dos Vinhos, como ainda hoje é conhecido.