• Marco Ferrari Sommelier
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Cannonau
  • Cannonau
    Cannonau

  • Cannonau. Casta largamente popular na ilha da Sardenha, nada mais é do que a internacionalmente famosa Grenache, ou Garnacha, dependendo de que lado do Mediterrâneo você se encontre.

    Para reivindicar sua legitimidade sarda, podemos afirmar que, embora o Cannonau não seja italiano de origem, aqui chegou por volta do século XIII, quando a cidade de Alghero, na Sardenha foi invadida por Pietro VI de Aragão, tomando-a dos Doria, senhores de Genova.

    A partir daí contamos com dois séculos de dominação espanhola na região e a Garnacha, principal varietal ibérico na época, instalou-se confortavelmente a ponto de mudar de nome e assumir o popular sinônimo Cannonau.

    É interessante notar como essa casta possua a estranha tendência a mudar de nome dependendo da localidade, graças aos Reis do Piemonte, os Savoia, que, a partir do século XVII, incorporaram à seus domínios a Sardenha, o Cannonau ultrapassou os limites dessa ilha e chegou em outras regiões da Itália, onde assumiu nomes diferentes, no Veneto é conhecido como Tocai Rosso, na Úmbria, perto de Perugia é o Gamay do Trasimeno, fazendo referência ao homônimo lago, para terminar no litoral Adriático da Emília Romanha e Abruzzo, em parte da Ligúria, da Toscana (Grosseto) e da Sicília onde é plantado e conhecido como Alicante.

    Variedade médio tardia, vindima em final de setembro, dependendo do terroir e de como é cultivado o Cannonau (ou Alicante etc), dá um vinho que pode ser médio corpo e de rápido consumo ou um vinho austero, de bom corpo, afinado em madeira e com boa perspectiva de guarda.

    Como é hábito na Itália, do Cannonau se faz uma versão doce com uvas desidratadas em esteiras, um Passito de Cannonau para sobremesa.